Estamos quase que fazendo um post a cada mil páginas visitadas, esses dias mesmo comemoramos os 2.000 mil acessos e agora já passamos dos 3.000. Obrigado pelas visitas e para comemorarmos nada melhor que publicar fotos da Caloi 10 Sportíssima.
Neste semana finalizamos o polimento do avanço, guidão e manetes de freio, montamos tudo e colocamos as fita de guidão, comentada neste blog, e como toque final o passador de marchas, que parece ter saído hoje mesmo da loja.
Engana-se quem acha que a Sportíssima é diferente só no nome, realmente ela possui muitos detalhes. Veja o acabamento deste avanço, o parafuso não fica a mostra com nos demais modelos deste época, além de ser chavem allen.
Novamente o acabamento do avanço e também o guidão que na CALOI SPORTÍSSIMA é em alumínio com a estampa Caloi 10.
Os mantes e descanços mantem o mesmo padrão das demais, nesta foto destacamos o parafuso que foi enviado para cromeação.
Por último uma foto mais ampla para demonstrar o visual completo da direção, e algumas partes como quadro e rodas.
Umas das publicações que mais possuem acesso é o post que falo da migração de peças da Caloi 12 conforme link (CALOI 12 Migração de peças). Visto o número de acessos, acredito que seja um assunto de interesse dos amigos, por isso não podia de deixar de atualizar e informar uma nova migração, no qual migramos o quadro e alguns compomentes da CALOI 12 para a CALOI 12 SUPER ITALY e antes de apresentarmos as especificações e alterações, acho necessário uma explicação de cada modelo:
CALOI 12
Ano de Fabricação: 1989 à 1994
Modelo de despedida dessa clássica bicicleta, último estágio evolutivo dos quadro de AÇO da Caloi. Tinha ótimos componentes, relembrando novamente a qualidade das primeiras Caloi 10 da década de 70. Coroas Sakae SX Japan com braços em alumínio, catracas Regina Italy, aros em alumínio Araya 700, câmbios SunTour Accushifit 2000, trocadores no quadro, freios Dia Compe Japan, canote e avanço SR em alumínio e guidão em alumínio, pedais MKS Japan em alumínio, cubos Sansin SE com blocagens, selim Iscaselle Italy. Detalhe interessante é que essa bicicleta utilizava o mesmo quadro com cachimbos diferentes das antigas Sportissima! Apesar de poder vir em outras cores o modelo cor chumbo é sem dúvida o mais comum, conhecida como "chumbinho".
CALOI 12 SUPER ITALY
Ano de Fabricação: 1996 à 1997
Trata-se de outra bicicleta, com quadro e garfo Gipimemme Italy em cromoly, grupo Gipiemme italiano, que na época rivalizava com a Campagnolo! Freios, cubos, câmbios, coroas, tudo Gipiemme; recebia também um garfo Gipiemme, cromado e mais leve que o padrão, resultando em uma bicicleta mais leve. Guidão e avanço Ciclomam em alumínio e aros Jorsin em alumínio. Disponível nas nas cores azul metálico, rosa metálico e verde claro metálico, além do cinza chumbo. Bicicleta considerada de alto nível, depois dessa viriam as Stradas em alumínio.
Na imagem acima podemos ver uma CALOI 12 SUPER ITALY original. Minha proposta foi migrar as peças da CALOI 12 para a CALOI 12 SUPER ITALY, no qual teríamos a grande vantagem de mudança de quadro de Aço para quadro de Cromo Molibdênio, além ter termos um visual mais marcante devido o garfo se cromado.
Além do quadro e garfo, o canote, blocagem do canote, pedivela e coroas são originais. O avanço e guidão são da CALOI 12 da marca Wii Japoneses, a ferradura continua a mesma sem marca definida e o grupo Shimano SORA. Esta nova versão também ganhou suporte e carambola, além de um ciclo computador.
Não foi possível manter o pedivela Shimano, pois o movimento central da CALOI 12 SUPER ITALY é outro padrão de medida, ao invés de 34 padrões nas CALOIS ele é 36 e possui outro tipo de rosca chamada de Italiana. A única perca da migração foi justamente esta questão, pois ainda não consegui um movimento central selado como eu estava utilizando na CALOI 12 e tive que continuar com o movimento original que possui esferas.
Embora sejam de cores parecidas a cor da Italy é um cinza chumbo e estava em melhor qualidade, além de possuir os adesivos originais.
Como na versão Caloi 12 não tinha ciclo computador, não pude fazer uma comparação de média em velocidade, mas a bicicleta ficou muito mais leve e macia para andar, uma das características do aço cromo, que absorve melhor os impactos. Enfim, gostei desta migração e agora já faço novos planos para a migração e montagem de outro grupo em outro quadro, aguardem!! Boa pedaladas.
Após alguns dias sem publicar nada em relação a CALOI SPORTÍSSIMA gostaria informar-los que ela já está tomando forma e aproveito para compartilhar detalhe das partes que já foram montadas, com alguns comentários dos processos.
No detalhe é possível ver os aros UKAI e protetor de raios Suntour polidos, eles possuiam uma anodização na cor do alumínio, acadei tirando no processo de lixamento, no qual demorou muito tempo, acredito que as demais peças em alumínio serão mais fáceis de dar o acabamento. O câmbio e gancheira ficaram de molho no vinagre e estão novos. A catraca Suntour ficou de molho no óleo díesel e após recebeu uma limpeza. A porca da blocagem, recebeu cromagem nova.
No selim, não fizemos muita coisa, apenas desmontamos e as suas peças galvanizadas ficaram de molho no vinagre e o resultado foi surpreendente, ficaram em estado de novas. O canote (que não aparece na bike original) também recebeu o banho "quimíco". O parafuso foi cromeado e o regulador do freio, também recebeu limpeza.
A roda dianteira recebeu raios de inox, polimento nos cubos e cromagem nas blocagem. Neste comparação é possível ver como tinta tinha queimado.
Cromagem! Esse era uma assunto que eu queria passar longe, mas foi necessário e achei que a melhor forma de encara-lo seria conhecer um pouco deste processo, pois é fácil termos medo do desconhecido e como design ainda não tinha pesquisado mais afundo sobre este processo, embora já tivesse desenvolvidos alguns projetos acadêmicos no qual defini que teriam acabamentos cromados.
Acima estão as peças que foram cromadas, sobraram poucas e uma das minhas maiores preocupações, além da qualidade da cromagem era a segurança que teria todas minhas peças de volta. Já tinha realizado outra cromagem, porém não tinha gostado do resultado final e era algo que realmente esta me preocupado, inclusive eu trato deste assunto no início do blog, onde eu troquei algumas peças devido ter um melhor estado, mas eu não poderia trocar todas, pois cada modelo de CALOI tem sua particularidade, parece que não, mas são diferenças de impressão dos logotipos e formatos. O negócio foi encarar esta etapa e procurar uma empresa séria para realizar este processo e por indicação de um amigo que realiza restaurações, em Canoas / RS, teríamos uma empresa que existe a mais de 45 anos. O resultado final foi muito satisfatório e minha intenção não é comprar o antes de depois e sim demonstrar que é possível termos uma qualidade neste processo de restauração e também entender um pouco de cromagem.
A empresa que escolhemos foi a CROMAGEM SÃO VICENTE, localizada em CANOAS / RS, no qual ao final da cromagem, solicitei permissão ao proprietário e gentilmente solicitou a divulgação de algumas fotos e me explicou o processo e um pouco de história nos seus 45 anos de empresa e cromagem, infelizmente estive na empresa em um momento que não estava em funcionamento, mas prometo que estarei lá outras vezes e farei um registro mais detalhado do processo de cromagem.
O que gostaria de salientar, são as etapas que as peças passam para a recromagem, primeiramente elas são limpas e toda a cromagem velha é retirada, um processo manual e que faz toda a diferença no resultado final, após elas são mergulhadas em uma solução desengordurante, uma solução fixadora, niqueladas e após cromadas. O proprietário me explicou fazendo uma comparação com a pintura de um quadro de bicicleta: Primeiramente a peça é lixada (raspagem da cromagem), ela recebe um fundo prime (solução fixadora), recebe a tinta (níquel) e após o verniz (cromagem). Essa analogia ficou claro para mim e acredito que ficará para os amigos, eu tinha a impressão que a cromagem era o esquema do negócio, mas o esquema mesmo é o níquel, ele é que dá a cor na peça e a cromagem serve como um verniz, uma fixação do níquel e abertura do brilho.
Ao conversar com o proprietário tive uma surpresa ele tinha uma CALOI 10 que recentemente foi restaurada onde é possível ver a qualidade da cromagem em outras partes, como aros, guidão, ferraduras etc. Ele me contou que esta CALOI foi recebida como pagamento e ficou guardada em sua garagem 12 anos e após ele ter visto uma reportagem sobre bicicleta, resolveu restaura-la, afinal ele tinha a faca e o queijo na mão. Hoje ela está guardada em sua sala como decoração e é motivo de orgulho. Realmente desenvolver este blog e principalmente a restauração da CALOI SPORTÍSSIMA tem me proporcionado conhecer esta e outras histórias, no qual vão sendo base para meu projeto de TCC, afinal desenvolver algum complemento para elas ou então algum local para exposição é um ponto a ser observado.
Enfim, entre tantas coisas que falamos uma pergunta não quis calar. Uma das principais características da CALOI é sua durabilidade e qualidade nos processos industriais e se isto aconteceu a quase 40 anos atrás e só esta empresa tem 45 anos, eu pergunto: Por que as peças de hoje não duram como antigamente, se os materiais e os processos são praticamente os mesmos? Digamos que esta questão ficará sem resposta, pois são diversos fatores para serem analisados e um deles justamente é a intenção de que as peças são fabricadas para não durarem mesmo. Saio dali sem uma resposta ou uma conclusão definitiva, mas contente, sabendo que minhas peças receberam um tratamento especial o mesmo de 45 anos atrás e que possívelmente terão sua vida prolongada por mais alguns longos anos.
Como arremate do tópico deixo um vídeo do TELECURSO que resume tudo que falamos até agora... A abaixo mais fotos da CALOI 10 da CROMAGEM SÃO VICENTE.
Finalizado o processo de pintura, é chegada a hora de começar a montar a CALOI SPORTÍSSIMA, mas antes disso precisamos finalizar os polimentos nas peças em alumínio e recromar as peças que necessitam de cromagem. Tenho a oportunidade de conhecer ciclistas, restauradores, colecionadores e acredito que este assunto seja um tanto que polêmico. Cromagem! Espero ajuda-los com esta etapa de limpeza e recuperação das peças. Antes de mais nada gostaria de salientar que estou muito contente com repercussão deste material afinal já são mais 2.000 páginas visitadas e também o sucesso da nossa conta no FACEBOOK (http//www.facebook.com/caloi10sportissima).
Como estavamos tratando da restauração de uma CALOI 10 SPORTÍSSIMA, fica evitente na foto acima o número reduzido de peças de aço.
Após classificar as peças, deixamos as peças banhadas em uma solução de vinagre e bicarbonato de sódio (nesta peças utilizei 5 litros de vinagre com 30 gramas de bicarbonato de sódio). Nesta bacia tenho outras peças além da SPORTÍSSIMA, que aproveitei para limpa-las.
Após 48 horas de molho, as peças estão prontas para serem retiradas da solução, tirando todo o vinagre e deixando as peças de molho em água (pode-se utilizar o vinagre para outras limpezas, a natureza agradece). Enfim, enquanto as peças estão de molho, vamos lavando-as com sabão e uma esponja e ai que as peças começam a ganhar nova vida. Um detalhe importante após este banho químico, digamos de passagem, toda peça de aço que não tiver proteção (cromagem, zincagem, pintura) ela voltará a seu estado natural e após ter contato com o ar, voltará como em um passe de mágica ficar enferrujada, por isso classifique bem as peças que você pretende limpar e tenha em mãos alguma proteção para estes materiais puros, como uma pintura, lubrificação, etc. Cuidado também com os materiais, nesta vez por exemplo, ao colocar os cabos dos freios diacompe junto eles foram corroídos, praticamente estraguei estas peças!
Ficarei devendo um pouco de fotos do antes e depois, mas o processo em si, consistiu em classificar quais peças ficam realmente livres da ferrugem e quais peças necessitam de uma recromagem, mas posso dizer que muita coisa é recuperada e como exemplos, temos a bacia inferior do garfo e acreditem é a mesma peça, essa até eu duvidei que seria salva.
Ela está sem proteção, pois queria realmente avaliar se não seria necessário recromar e a ferrugem não voltou a aparecer e a minha lógica é a seguinte, se durou mais de 30 anos, deve durar mais alguns aninhos!
Mais dois itens para comparação, o câmbio traseiro, no qual o destaque fica para a gancheira e parafuso, que não eram cromados e sim zincados e ficaram "zerados".
Neste post gostaria de compartilhar a minha felicidade de enraiar uma roda e além de todas as dúvidas e dificuldades encontradas, tive dúvidas até de nomear este tópico, pois o nome seria raiar ou enraiar? No dicionário http://michaelis.uol.com.br/ temos a seguinte definição: Pôr os raios a (uma roda).
Para conseguir enraiar fiz algumas pesquisas no google sobre este assunto e fui direcionado a alguns blogs no qual achei muita informação, porém achei muito técnico e pouco prático. Fiz uma pesquisa no youtube e achei um vídeo simples, mas muito efetivo, no qual compartilho no final do post.
Um dos motivos que me levaram a aprender sobre enraiação, posso dizer que em primeira análise que necessito conhecer mais a fundo sobre esteassunto para meu projeto de TCC, no qual posso utilizar este novo conhecimento para aplica-lo de outra forma em algum local do projeto e por ser um assunto que me intrigava e pessoalmente já fazia tempo que queria tentar essa processo.
Na imagem acima, o resultado final da roda montada, detalhe que estou utilizando o cubo de uma postagem anterior e com o aro também polido e raios em inox.
Após umas duas tentativas frutadas, iniciei o processo novamente, no qual acredito que fiz corretamente, saliento que ainda não levei na bicicletaria para atestar o resultado da minha enraiação.
Enfim chegamos a última fase da pintura com o verniz poliuretano ou simplesmente verniz PU. Após esta camada espero o verniz curar por uma semana e após eu farei um polimento com massa número 2, assim ele elimina o efeito "casca de laranja" onde posso ter aplicado uma camada muito grossa e acredito que este polimento, ajuda o verniz a ficar mais resistente (pode ser que esteja falando algo errado, mas foi algo que já percebi).
Na foto acima destaque para tubo superior com a assinatura sportíssima, com o verniz ela praticamente perde o alto relevo.
O verniz é o toque final, o brilho que a tinta abre é surpreendente e com o perolado o efeito final é quase que um plastificado.
Para comparar cor original (não tiramos a tinta original nesta parte do canote), podemos fizer que ficou muito parecido, gostei do resultado final além do aprendizado proporcionado com mais esta nova pintura. Minha intenção é começar a postar a montagem, cada peça será tratada em um post e os tratamentos realizados, conforme temos realizados nos post até agora!